Áreas de Mangue na costa dendê sofre duras penas pelos homens sem consciência ambiental

20/06/2019 11:25
Por Ricardo Pereira 
 
 

O manguezal é um ecossistema de indiscutível importância ecológica, pois desempenha o papel de berçário marinho para inúmeros grupos de peixes e crustáceos. “Pode-se afirmar que 90% de todo alimento retirado do mar pelo homem, em algum momento do seu desenvolvimento, passa pelas áreas de mangue. Mas não são só animais marinhos, grupos de aves, mamíferos e, inclusive, insetos se utilizam dos recursos disponíveis neste ambiente para o seu ciclo da vida.
 
Os mangues possuem grandes características de equilíbrio. Sua vegetação desempenha o papel de filtro biológico, já que poluentes de um modo geral acabam retidos em suas estruturas. Por ser uma região de transição, tem a função de barreira natural contra enchentes, já que a capacidade de retenção de água é muito alta. O manguezal forma, ainda, grandes áreas de proteção contra os ventos e as ondas nos períodos de marés altas, além de contribuir nas alterações climáticas com a captura de carbono do ambiente.
A realidade no baixo sul é assustadora, a  importância da proteção desse ecossistema. O artigo 2 da Lei nº 4771/65 do Código Florestal. “O Sistema Nacional das Unidades de Conservação (SNUC) trata claramente da importância da preservação das áreas de mangue a fim de manter o equilíbrio na região da costa, por apresentar um importante papel socioambiental e econômico para pescadores de toda região da costa do Dendê, pois é sem duvida  uma das mais vastas riquezas em biodiversidade no mundo. 
A construção de habitações e aterramento desses locais a retirada dente tipo de vegetação para construção civil traz sequelas que, a médio prazo, podem tornar-se irreversíveis, causando severos prejuízos às populações ribeirinhas e demais comunidades que alí venham se fixar. É urgente que sejam desenvolvidas atividades em educação ambiental para que todas as comunidades que circundam estas regiões possam entender a importância de se preservar esta vegetação”.
Em  2006  esteve um instituto da região  para fizer estudos,  mais não fez projetos de educação ambiental  para minimizar e conscientizar os infratores. Pois bem,  as áreas de mangue do litoral sul ainda apresentavam-se pouco impactadas, pois as cidades localizadas junto à desembocadura dos rios possuíam ainda populações pequenas. Entretanto, muitas dessas áreas vêm sofrendo com vários impactos ambientais decorrentes dos resíduos da agroindústria, da especulação imobiliária e da ampliação hoteleira, além do aumento de outras atividades ligadas ao turismo e a falta de saneamento básico.
Os Dados que mostra O mapeamento preliminar de manguezais em parte do Baixo Sul Baiano, na região de Valença, mostrou a presença de 145,28 Km2 de manguezal e 7,58 Km2  de carcinicultura. Os resultados demonstraram que a aplicação das Geotecnologias, em especial do sensoriamento remoto e do processamento digital de imagens, contribuiu para a identificação e caracterização de ecossistemas costeiros, possibilitando um monitoramento da área ocupada por esses ecossistemas ou por atividades antrópicas, como é o caso da carcinicultura. 
"Muita gente sobrevive da pesca, mas o rio está tão poluído que não cresce mais nada. Esse povo que tem saber deveria arranjar outra forma de fazer: " construção, carvão, blocos e outros"" que não precise de madeira do mangue para queimar", Vamos dar um basta nesta fala de consciência.
Além de desmatados, os manguezais  estão virando lixões. Um exemplo é um mangue próxima à comunidade perto dos bairros Prainha  I e II em Ituberá , nos último anos  tem aumentado o descarte de pneus velhos e lixos em praias.
O descarte costuma ser feito por pessoas de outras comunidades e geralmente, segundo testemunhas, ligadas a borracharias e oficinas  pois  os pneus jogados fora, há peças ainda inteiras, embora rasgadas e com ferragem à mostra, ou apenas pedaços deles. A queixa de moradores é quanto à ausência de fiscalização.
Eles dizem ter feito denúncias a órgãos ambientais do município e do estado sem que nenhum fiscal tenha aparecido no lugar. Os pneus figuram entre os produtos cuja durabilidade é considerado por tempo indeterminado, ao serem jogados na natureza isso é uma realidade em toda Bahia.
Um ponto importante para todas as  Secretária Municipais de  Meio Ambiente de toda região é o trabalho articulando no combate a todo tipo de depredamento ambiental pois acho que deve haver uma  coordenação tática regional reunindo força, vejo que é  possível, intervir nesse tipo de exploração ambiental, junto aos órgãos fiscalizadores. “Sempre que recebemos a informação de algum crime ambiental, entramos em contato com o ICMBio, CEAMA, INEMA, IBAMA, conselhos ambientais dos municípios, ministério público, até mesmo a polícia ambiental especializada uma união de forças assim  teremos uma resultante de forças   para que ele faça a fiscalização combatendo crimes com eficiência. Dependendo do caso, o órgão entra com uma solicitação junto a prefeitura para resolver o problema.
Para  Soffiati apresenta a unidade dentro da qual está a diversidade dos campos geológico, hídrico, botânico, faunístico, cultural e até mesmo econômico. O autor analisa a transformação dos manguezais com base em suas relações de equilíbrio e de desequilíbrio, num período de um século.
Entendo que essa ideia de estudar só os manguezais, em si, seria algo mais voltado para especialistas. Como esse tipo de pesquisa eu considero um estudo de história ambiental, ampliei essa pesquisa e contextualizei o ambiente físico ecológico com o ambiente social, por exemplo — explicou.
A Educação Ambiental (EA) é um processo por meio do qual as pessoas aprendem como funciona o ambiente natural, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos sua sustentabilidade (DIAS, 2004).
O nível de escolaridade das profissionais da mariscagem não é elevado, sendo a maioria (48%) possuindo o fundamental I incompleto e fundamental II incompleto (28%). A idade de contato inicial com as atividades da mariscagem ocorre, em sua grande maioria, antes dos dez primeiros anos (40%), sendo que 39% tiveram a primeira relação com a mariscagem entre 11 e 20 anos. Grande parte das marisqueiras trabalha na atividade a mais de 11 anos (37%) ou mais de vinte anos (33%). Mais da metade da comunidade (52%) trabalha entre 4 e 8 horas diárias. 24% trabalha mais de 8 horas diárias. 51% das marisqueiras não participam da colônia de pescadores, e 52% não têm carteirinha ou cadastro como pescador (a), o que reflete a percepção negativa sobre os benefícios ofertados pela colônia às pescadoras. Segundo as marisqueiras, 40% entendem que não existem benefícios oferecidos pela colônia de pescadores às marisqueiras. 12% não souberam informar tais benefícios, e o restante, reconhece que a colônia oferta benefícios trabalhistas (30%), e ajuda na alimentação (12%).
75% das marisqueiras têm a mariscagem como principal atividade geradora de renda; sendo 48% trabalham somente com a mariscagem. Outras atividades também foram citadas como atividades domésticas (25%), comércio (10%) outras atividades como agricultura, construção civil, cozinha e confecção (30%). 61% dos entrevistados declararam receber ajuda financeira governamental.
Os profissionais da mariscagem vendem sua produção de maneira independente (15%), diretamente aos bares e restaurantes (34%) ou entregam-na para atravessadores (31%), não sendo a preferência, pois estes desvalorizam a cultura da mariscagem e realizam a compra a baixos preços. Por vezes, os marisqueiros vêem-se obrigados a venda para este destinatário, face dificuldade no escoamento da produção, principalmente durante a baixa estação (inverno).
Compreende, portanto, parte de um processo didático-ecológico que almeja a perfeita compreensão e harmonia entre o sistema ecológico e a espécie mais bem adaptada a ele, a espécie humana. A EA tem como característica agrupar as dimensões socioeconômicas, políticas, cultural e histórica. Por isso não deve ser classificada como universal, devendo ser consideradas as condições históricas de cada região (OLIVEIRA et al., 2011).
A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), de Lei nº 9795/99 (BRASIL, 1999) define a Educação Ambiental como um processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
O Desenvolvimento Sustentável (DS) é um modelo que visa conciliar as necessidades socioeconômicas dos seres humanos com a preservação do meio ambiente, havendo também um direcionamento para a sustentabilidade de futuras gerações. Para tanto, a compreensão de como é realizada a codificação dos elementos naturais, através de estudos de Percepção ambiental (PA), é mister para a estruturação de ações voltadas para a elevação da sustentabilidade das populações.
 
Portanto acho que faltam projetos, cursos qualificação dentre outras ações voltada para combate da destruição deste importante ecossistema é o pescador é o principal elo, e todos   juntos vamos fazer e dá o melhor juntos  com as prefeituras, empresas, departamentos municipais articuladas com colônias de pescadores fazer o que deve para termos o futuro melhor.